27 novembro 2005

Diferente....mas tão parecido.....


O Gato Zen
O Homem estava muito triste. Sabia que os dias do Gato estavam contados. O médico havia dito que não havia mais nada a fazer, que ele deveria levar o Gato para casa, e deixá-lo o mais confortável possível.
O Homem acariciou o Gato em seu colo e suspirou. O Gato abriu os olhos, ronronou e olhou para o Homem. Uma lágrima escorreu pela face do Homem e caiu na testa do Gato. O Gato lhe lançou um olhar ligeiramente irritado.
"Por que você está chorando, Homem?", perguntou. "Porque não suporta a idéia de me perder? Porque acha que nunca vai poder me substituir?"
O Homem fez que sim com a cabeça."E para onde acha que eu irei quando deixar você?", o Gato perguntou.
O Homem deu de ombros, sem saber o que dizer.
"Feche os olhos, Homem", disse o Gato. O Homem o olhou sem entender bem, mas obedeceu.
"De que cor são meus olhos, meu pêlo?", o Gato perguntou.
"Os olhos são dourados e o pêlo é marrom, um marrom intenso e vivo", o Homem respondeu.
"E em que parte do corpo tenho pêlos mais escuros?", o Gato perguntou.
"Nas costas, no rabo, nas pernas, no nariz e nas orelhas", disse o Homem.
"E em que lugares você mais costuma me ver?", perguntou o Gato.
"Eu vejo você... no parapeito da janela da cozinha, observando os passarinhos... na minha cadeira preferida... na escrivaninha, deitado em cima dos papéis de que eu preciso... no travesseiro ao meu lado, à noite".
O Gato assentiu.
"Você consegue me ver em todos esses lugares agora, mesmo de olhos fechados?", perguntou.
"Claro. Vi você neles por muitos anos", o Homem disse.
"Então, sempre que você quiser me ver, tudo o que precisa fazer é fechar os olhos", disse o Gato.
"Mas você não vai estar lá de verdade", respondeu o Homem com tristeza.
"Ah, é mesmo?", disse o gato. "Pegue aquele barbante do chão - ali, meu 'brinquedo'".
O Homem abriu os olhos, esticou o braço e pegou o barbante. Tinha uns 60 centímetros e o Gato conseguia se divertir com ele por horas e horas.
"De que ele é feito?", o Gato perguntou.
"Parece que é de algodão", o Homem disse.
"Que vem de uma planta?", perguntou o Gato.
"Sim," disse o Homem.
"De uma só planta ou de muitas?"
"De muitos algodoeiros," o Homem respondeu.
"E seria possível que outras plantas e flores nascessem no mesmo solo do algodoeiro? Uma rosa poderia nascer ao lado do algodão, não?", perguntou o Gato.
"Sim, acho que seria possível", disse o Homem.
"E todas as plantas se alimentariam do mesmo solo e da mesma chuva, não é?", o Gato perguntou.
"Sim", disse o Homem.
"Então, todas as plantas, a rosa e o algodão, seriam muito parecidas por dentro, mesmo aparentando ser muito diferentes por fora", disse o Gato.
O Homem concordou com a cabeça, mas não conseguia entender o que aquilo tinha a ver com a situação.
"E então, aquele barbante", disse o Gato, "é o único barbante do mundo feito de algodão?"
"Não, claro que não", disse o Homem, "foi tirado de um rolo de barbante".
"E você sabe onde estão todos os outros pedaços de barbante, e todos os outros rolos?", perguntou o Gato.
"Não, não sei... seria impossível saber", disse o Homem.
"Mas mesmo sem saber onde estão, você acredita que eles existem. E mesmo que alguns pedaços de barbante estejam com você, e outros estejam em outros lugares... mesmo que alguns sejam curtos e outros sejam compridos, e mesmo que seu rolo de barbante não seja o único no mundo... você concorda que há uma relação entre todos os barbantes?", o Gato perguntou.
"Nunca tinha pensado nisso, mas acho que sim, há uma relação", o Homem disse.
"O que aconteceria se um pedaço de barbante caísse no chão?", perguntou o Gato.
"Bom... ele ia acabar enterrado, e se decompondo na terra", o Homem disse.
"Sei", disse o Gato. "E talvez nascesse mais algodão naquele lugar, ou uma rosa".
"Pode ser", concordou o Homem.
"Quer dizer que a rosa no parapeito da janela pode ter alguma relação com o barbante na sua mão, e também com todos os barbantes que você nunca viu", disse o Gato.
O Homem franziu a testa, pensando.
"Agora pegue uma ponta do barbante em cada mão", instruiu o Gato.
O Homem fez o que foi pedido.
"A ponta na mão esquerda é o meu nascimento, e a na mão direita é minha morte. Agora junte as duas pontas", disse o Gato.
O Homem obedeceu.
"Você formou um círculo contínuo", disse o Gato. "Alguma parte do barbante parece diferente, melhor ou pior que qualquer outra parte dele?"
O Homem examinou o barbante e então fez que não com a cabeça.
"O espaço dentro do círculo parece diferente do espaço fora dele?", o Gato perguntou.
De novo, o Homem fez que não com a cabeça, mas ainda não sabia se estava entendendo onde o Gato queria chegar.
"Feche os olhos de novo", disse o Gato. "Agora lamba a mão".
O Homem arregalou os olhos, surpreso.
"Faça o que eu digo", disse o Gato. "Lamba a mão, pense em mim em todos os meus lugares costumeiros, pense em todos os pedaços de barbante, pense no algodão e na rosa, pense em como o interior do círculo não é diferente do exterior".
O Homem se sentiu bobo, lambendo a mão, mas obedeceu. Ele descobriu o que um gato deve saber, que lamber uma pata é muito relaxante, e ajuda a pensar mais claramente. Continuou a lamber, e os cantos da boca começaram a esboçar o primeiro sorriso que ele dava em muitos dias. Esperou que o Gato lhe mandasse parar mas, como este não mandou, abriu os olhos. Os olhos do Gato estavam fechados. O Homem acariciou o pêlo marrom, quente, mas o Gato havia morrido.
O Homem cerrou os olhos com força e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
Viu o Gato no parapeito da janela, na cama, deitado em cima dos papéis importantes. Ele o viu no travesseiro ao seu lado, viu os olhos dourados brilhantes, e o marrom mais escuro no nariz e nas orelhas. Abriu os olhos e, por entre as lágrimas, olhou para a rosa que crescia em um vaso na janela, e depois para o barbante que ainda segurava apertado na mão.
Um dia, não muito depois, tinha um novo Gato no colo.
Era uma linda gata malhada... tão diferente do seu querido Gato anterior mas, ao mesmo tempo, tão parecida.

Copyright 2001 by Jim Willis. Todos os direitos reservados.Tradução: Daniela TravagliniCopyright da tradução brasileira © 2003 by Lugano Editora
Peço aos amigos que continuem tentando acessar o http://animalamigo.weblogger.com.br ...ainda tenho esperanças de reaver meu cantinho .....e se conseguir continuarei lá.....
Bjs

9 comentários:

Anônimo disse...

oi menina linda,tenho certeza de que vc vai conseguir,bjos em vc menina linda.

Anônimo disse...

minha linda...também ando com saudades de meu cantinho...num consigo entrar nele...até criei outro blog com o mesmo endereço no blogspot...mas naum sei manusear ele ainda....espero que nós consigamos recuperar nossos cantinhos...obrigada pelo email...
Beijos Cléo

Anônimo disse...

Olá!! já faz algum tempo que não visito o seu cantinho... e por acaso (ainda bem!!) descobri esse novo endereço provisório... espero que o problema do weblogger seja resolvido... meus blogs aind continuam em web.
Beijos,
Anna
www.diversas.weblogger.com.br

Anônimo disse...

Já conhecia este conto. Bom.. podemos substituir alguém que perdemos mas a saudade fica para sempre. E quer saber.. tuas amigas não vão te deixar, onde quer que vc esteja na net.
To achando que o weblogger está sendo destruido por algum vírus intencional, proposital e macabro.
Espero estar enganada, se eu estiver certa espero que ele se saia dessa.

Gustavo H.R. disse...

Realmenté Fátima, aprender a utilizar códigos e lidar com sistemas que vivem caindo não é fácil. Espero que sua adaptação seja plena, ou que, melhor ainda, consiga retornar à sua página inicial.
Abraço, Gustavo.
Mataram com "bola" um gato rajado que vivia visitando minha casa... Ele morreu no nosso telhado, dentro das lajes. Que crueldade!

Anônimo disse...

Dá-lhe, Fátima, e que seja muito bem vinda! Não estou conseguindo fazer nadinha no weblogger porque o sistema não aceita senha e nem mail, portanto, a tendência é piorar mesmo. Fiz uma pesquisa e vi que o blogger é o melhor dos endereços para hospedagem porque aceita fotos e outras coisas, além de nunca sair do ar. Que bom, né?
Mas seja bem vinda, querida!
BeiJuivooooooooossssss da Loba

1:11 AM

Anônimo disse...

Amiga este Weblogger é um saco tenho vários amigos que não abandona mais faz como vc tem um outro blog para quando ele tiver com piti. O importante é está aqui lendo sempre seus maravilhosos posts. Beijos

Anônimo disse...

Querida Fátima! Que bom que mudou sua hospedagem. Várias vezes quiz te visitar e não tinha como. Tenha paciencia, aos poucos tudo se ajeita. O que importa é que não perdemos contato.
Uma linda semaninha pra vc!
Um beijo grande!
Regina

Anônimo disse...

Tão parecido e tão iguais.Adorei

Fátima,lamento o que está a acontecer com o Weblogger,mas não perca a coragem.Os animais precisam de si,voce fala por eles.
Se eu puder ajudar nalguma coisa,é só dizer,o que eu conseguir fazer,faço.
Beijinhos e força para continuar este cantinho,aqui ou lá,não importa onde seja desde que o continue.